26.2.09

Trust your insights

Lembro-me perfeitamente do dia em que vi pela primeira vez o video "Peacebone" porque fui a correr para casa para junto do meu computador visioná-lo mais uma vez, e outra, e outra...
De uma assentada, foi-me apresentado dois mundos que admiro: a música dos Animal Collective e a estética de Timothy Saccenty.
A música em questão ("Peacebone") faz parte de "Strawberry Jam" oitavo album da banda americana que marcou uma total redenção aos samplers que são agora quase exclusivamente o instrumento de todos os membros da formação.
Saccenty (realizador também do premiado vídeo Atlas, dos Battles) é um muito requisitado fotógrafo e realizador que tem por imagem de marca o domínio da luz e da cor, além de uma poética que dança algures entre o reconfortante e o estranho - esta característica é aliás um grande ponto de contacto com o experimentalismo da banda.


Se quiserem ver com melhor qualidade, há uma excelente versão no site oficial de Timothy Saccenty.

www.timothysaccenti.com
www.myanimalhome.net
Toda a gente sabe que o video musical é um formato que nasceu com asas, no entanto, é raro vermos um video que faça algum sentido que não seja servir de ilustração/promoção pura à música e à banda. Há não muito tempo tive uma conversa sobre as saudades que os melómanos cinéfilos sentem da dupla Aphex Twin + Chris Cunningham e sobre como a muito recomendável colecção "The work of the director" até parece que podia chamar-se "No tempo em que video musical foi arte: Os bons velhos tempos". Ora, duas ilações posso facilmente tirar. A primeira é que a minha geração tem um problema crónico de nostalgia - eu próprio tenho saudades dos anos 70 sem nunca os ter vivido. A outra é que estamos cada vez mais preguiçosos, tanto a relembrar como a procurar. Se é verdade que já não é tão comum vermos na nossa televisão a mesma quantidade de bons vídeos como dantes, também é verdade que eles ainda existem. E há ainda uma verdade mais obscura que vos quero lembrar: a maior parte dos videos musicais realizados sempre foram uma montanha de lixo. Esta verdade tende a esquecer quem cresceu a ouvir o Tricky, o Aphex Twin e os Radiohead, Massive Attack, Daft Punk e por aí fora, apenas por estarem mal habituados.
Estando assente este ponto, proponho-me a mostrar-vos alguns dos que considero os melhores videos dos ultimos anos.

Mark Laita

Enquanto pesquisava sobre o nosso próximo tema, encontrei este fotógrafo cujo trabalho achei deveras interessante. Deixo apenas um exemplo das várias fotografias que compõem o trabalho, intitulado de "Created Equal", e que vai estar patente na Galería 3 Punts e Galería Triangle, em Barcelona, até dia 14 de Março.





No entanto, parece que Mark Laita "vingou" através da fotografia de publicidade, que podem ver no seu site oficial. Há já 20 an0s que é solicitado por agências de publicidade e por marcas como BMW, Adidas e IBM.

18.2.09

Fantasporto 2009

O XXIX Fantasporto está a decorrer, na cidade do Porto, desde dia 16 de Fevereiro e prolonga-se até ao dia 1 de Março de 2009.

De 16 a 20 de Fevereiro, o Fantasporto dá-nos retrospectivas. A abertura oficial decorrerá apenas a 20 de Fevereiro, com a projecção de Che (The Argentine) de Steven Soderbergh.


Para mais informações, programação e outros, aqui fica o site:
http://www.fantasporto.com/


Su

16.2.09

Robert Barry

Robert Barry

Robert Barry é um artista conceptual, nascido a 9 de Março de 1936 em Nova Iorque. Ele dedicou-se sobretudo à pintura, instalações e performances.

Barry produz arte não material. Em Inert Gas Series, libertava gases para a atmosfera; em Radiation Pieces, exibia ondas de rádio inaudíveis; em cartões de convite e nas portas de diversas galerias com as quais Barry trabalhava dizia "A Galeria estará encerrada durante a exposição". E realmente estava. Barry deixou tudo para a imaginação do observador, que teria que desenvolver quer o significado quer a forma da obra. Assim sendo, as obras de Barry tratam uma realidade para além dos limites da percepção humana.

Barry vai ainda mais além com o seu trabalho Telephatic Piece, que existe num espaço meramente mental - "Durante a exposição, tentarei comunicar telepaticamente a obra de arte, cuja natureza é uma série de pensamentos que não são aplicáveis à linguagem ou imagem."

Dificilmente outro artista conceptual libertou-se tanto das convenções e alargou o âmbito da arte.

Mas perante isto, aqui fica a questão: o que é a obra de arte?


"My work is about the elusiveness of anything, the absurdity of trying to understand or grasp anything which doesn't seem obvious. Like St. Augustine said, 'I understood what time was until I started to think about it.'" - Robert Barry


Su